30.11.05

«universos»




inaugura na quinta-feira dia 8 de Dezembro,
a partir das 21.00 horas, a exposição de cerâmica de luís Qual.
para ver até 23 de Dezembro. Galeria pintor José Tagarro no Cartaxo

da foto de Jan Bengtsson



Colecção particular
2000, grés. 36x60cm

Memória da Cor




Colecção particular
2000, grés e vidro. 84cm, diametro

Memória da Forma



Colecção particular
2000, grés. 84cm, diametro

Fogo



Colecção particular, Cartaxo
2000, grés. 71x22cm

Homem com peixe chamado Talento

O Peixe

Proveitoso para aqueles que pescavam, sorridentes e amigos, com mais ou menos subtíl anzol, o admirável peixe do homem corria risco de se subtrair a caminhos que não eram os seus.
Preocupado, resolveu fugir com o peixe.

Percorreu um deserto com o seu peixe multiforme debaixo do braço, encontrando, de-vez-em-quando, um telefone a tocar.
Fumava o famoso pensativo cigarro, lia mais um livro e adormecia com a cabeça sobre o peixe multicolor e sorridente.

Anacoreta, de pés e mãos atadas, sonhava com castelos no ar.
Miradouro do vazio, o deserto findou num precipício.
Despreocupado, silencioso e contemplativo, foi puxado para o alto pelo pássaro alado, que era um peixe chamado Talento.

Colecção particular
2000, grés. 163x34cm

Festa



Colecção particular, Lisboa
1999, grés. 54x72cm

Espinha



Colecção particular
2002, grés. 80x35cm

Aliança



Colecção particular
2000, grés. 75x16x15cm

Dama de Xangai



Colecção particular, Lisboa
2000, grés. 38x62x22cm

28.11.05

Ameixa



Colecção particular, Lisboa
2001, 80x22cm. Grés esmaltado

Memória do Tempo



Colecção particular
2001, 80x22cm. Grés esmaltado

Veda



Colecção particular
2001, 80x22cm. Grés esmaltado

24.11.05

Lagarto



Colecção particular, Coimbra
2002. Grés esmaltado, 184x50x44cm

16.11.05

Estrangeiro



Colecção particular, Lisboa
2004. Barro e berlindes, 70x16cm

Placenta



2005.Grés esmaltado, 65x30x16cm
Colecção particular, Lisboa

14.11.05

Metamorfose



Colecção particular, Porto
2003. Grés esmaltado, 76x74cm

Iniciativa




«Não acredito numa fórmula pré-determinada. Tudo é resultado de muita coisa, prevista ou imprevista.
Permaneço insatisfeito e tento superar-me todos os dias.»

Luís Qual

2002. Madeira e linha, 138x45cm

Excêntrica




«Forma, cor e materiais levam-nos, pelas mãos e pela Arte de Luis Qual, por uma viagem, tridimensional, táctil e pictórica, que é a busca interior e exterior do Ser das coisas e do Homem, uma demanda das essências, da Vida e dos seus (de todos nós) fantasmas, dos sentimentos e instrospecções colectivas e particulares, vogando, nessa busca (mediante o diálogo inovador com os materiais e as técnicas ancestrais) e procurando (por caminhos conceptuais alternativos) fazer transparecer novas (porque, por vezes, insuspeitas, silenciadas ou ocultas) vertentes da Existência Humana.»

Duarte Nuno Pinto da Rocha




Colecção particular, Lisboa
2002. Madeira e linha, 137x12cm

Amparo



Colecção particular, Espanha
2003. Barro esmaltado, 22x10cm

Alegoria da Discoteca



Colecção particular, Cartaxo
2002. Técnica mista, 100x60cm

11.11.05

Reflexo



2003. Técnica mista, 110x81cm

Sedução



Colecção particular, Cartaxo
2002. Técnica mista, 60x70cm

pote Talento



Colecção particular, V.N.São Pedro-Azambuja
2004. Barro esmaltado, 44x38x30cm

pote Sereias






Colecção particular
2004. Barro esmaltado, 48x36x30cm

Teia



Colecção particular, Lisboa
2002. Grés esmaltado, 80x22cm

Fauno



Colecção particular, Lisboa
2003. Bronze, 25x12cm

Homem a ler



2003. Bronze, 25x12cm

Exposições Individuais

2006
Sala Cultural do El Corte Inglés - Vila Nova de Gaia (escultura)
Quinta de Bonjoia – Porto (escultura)
Edifício Cultural – Peniche (escultura)
Galeria Maria Cristina Correia – Azambuja (escultura)
2005
Centro Cultural – Cartaxo (escultura)
2003
Casa do Brasil – Santarém (escultura e pintura)
Livraria K de livro – Pombal (cerâmica)
Galeria Respública – Santarém (escultura)
SKObar – Pombal (pintura)
2002
Galeria ARS-Pictórica – Lisboa (escultura)
Galeria Respública – Santarém (escultura e pintura)
Cafetaria d’Arte – Cartaxo (pintura)
2001
Galeria Nova Imagem – Lisboa (escultura)
2000
Bar Dona Horta Coice de Mula – Cartaxo (escultura)
1999
Cafetaria d’Arte – Cartaxo (escultura)



Imperatriz, 2000. Grés esmaltado e porcelana. 212x66x42cm
Colecção particular, Arizona-EUA

Exposições Colectivas

2006
Simpósio Internacional de Escultura - Slupsk, Polónia (escultura)
2005
IV Exposição Caminhos das Artes – Santarém (escultura)
Galeria Alexitimia – Santarém (escultura e cerâmica)
2004
III Exposição Caminhos das Artes – Santarém (escultura)
2003
II Exposição Caminhos das Artes – Santarém (escultura)
2000
Festival Tejo – Valada, Cartaxo (escultura)
1996
Cafetaria d’Arte – Cartaxo (escultura)
1993
Loja de Arte – Caldas da Rainha (pintura)
III Bienal Internacional de Cerâmica Artistica - Aveiro (escultura)
1992
Galeria Ogiva, Azulejaria Contemporânea – Óbidos (azulejo)
1991
Festival Internacional de Banda Desenhada - Charleroi, Bélgica (BD)



Atracção, 2003. Barro esmaltado. 75x35cm
Colecção Casa do Brasil-Santarém

6.11.05

Um artista versátil e eclético



«Decorreu de 1 a 31 de Outubro a primeira exposição de artes plásticas do novo Centro Cultural do Cartaxo, e a qual teve a honra de ser a primeira a inaugurar um espaço expositivo de qualidade, em que se respira modernidade e contemporaneidade.
(...) Luís Qual utiliza a cerâmica, o barro modelado como suporte para as suas criações artísticas. Mas as suas peças afastam-se de uma linha da cerâmica “tradicional” e são sobretudo peças escultóricas, em que a performance está bem vincada. (...) Individualmente cada peça conta uma história, a sua história; em conjunto, constroem uma antologia da condição humana, nas suas misérias e grandezas, herdeiros que somos de uma cultura essencialmente judaico-cristã.


Este artista, faz citações que nos remetem para a cultura de massas da nossa época. Nela existem ecos do cinema de Wim Wenders, da leitura de Milan Kundera, do romantismo e decadentismo de finais do século XIX, do surrealismo (que mais não é do que um segundo romantismo), da força expressiva de raiz ibérica de um Picasso, ou do surrealismo de Dali, do hedonismo e neo-platonismo da nossa época, da banda desenhada, da cultura de massas, do culto do corpo e da beleza da nossa época, da futilidade do nosso tempo, dos estudos antropológicos de Lévi-Strauss, ou do pensamento de Michel Foucault. E fá-lo com uma fina ironia e sarcasmo, nunca de uma maneira distanciada, mas sim com compromisso e apurada poética e sensibilidade. O leque de peças apresentadas é vasto: Gula, Dragonina Volátil, Mãe Preta; Mãe Branca; Procura, Pose, Passado, Projecto Oculto, Fénix, Indolência, Medo de Q....
Destaco, pelo seu significado, a peça escultórica o Estrangeiro, que faz uma crítica subliminar à nossa condição de portugueses: o deslumbramento pacóvio que temos perante tudo o que vem de fora, e por isso as luzes de Las Vegas, o néon que nos ofusca, perante a variedade e sociedades bastante mais cosmopolitas e misturadas do que a nossa. A obra de Luís Qual é rica de significados, versátil, polissémica, terna ou crua e rasgada.


Existe neste artista uma força subterrânea, vulcânica e telúrica; umas vezes é mais resguardado e intimista, outras mais exposto e despojado, sem mistério, na sua crueza directa e autêntica. Existe aqui uma demanda e ascese pessoal. As suas peças escultóricas estão no fio da navalha: rudes e directas, ou suaves, líricas e oníricas. Nelas o sonho e o pesadelo convivem lado a lado, ambições e vaidades torturam-se, dilaceram-se, em contrastes, não de preto e branco, não maniqueístas e moralizantes, mas cinzentos.
Todos temos um pouco de anjos e demónios e a natureza humana é, na sua essência, insondável e misteriosa. Toda a sua obra é autobiográfica, no sentido em que é feita por um indivíduo, a partir da sua experiência, sensibilidade, conhecimento e fruto de um contexto.
A leitura que se faz de uma obra, é sempre pessoal e subjectiva. Muitas vezes os artistas sorriem ao lerem as críticas às suas obras. Quando as estavam a realizar de uma maneira cerebral e programada, ou de uma maneira vulcânica e apaixonada não pensavam em nada disto nem em toda a “parafernália cultural” com que os críticos os atulham. São ossos do ofício, em que estamos condenados a viver, em alinhamento ou desencontro, nas muitas leituras possíveis de uma obra. A exposição de Luís Qual é já um marco de afirmação, e deu-o a conhecer a um público mais vasto e alargado. Poderá ser o pontapé de saída para uma carreira fulgurante. É um orgulho para o Cartaxo possuir um artista com a craveira de qualidade que este revela!»

Miguel Leal
(Historiador de Arte)

3.11.05

Fénix


Pode-se renascer das cinzas.
Não se pode renascer do nada.

2005. grés esmaltado, 75x39x40cm

ansiedade, dor e poder. enquanto na vida tudo se transforma e volatiliza.

Dragonia Volátil


Da evolução existente da vida consciente, as almas desmaiam esquecidas no tempo que amanhece e adormece.
São poucos os conquistadores sonhadores que transcendem a dimensão cronológica da erosão passageira universal do cosmos.
O Luís é um desses conquistadores de natureza imaginada.
É uma personagem que resiste à inércia de comportamento da matéria violada.
Que pisa territórios sem virtude defeituosa, transformando vícios de sentidos de percepção sensorial tempestuosa.
Os elementos de cor são a origem da sua essência primitiva, reflectindo-as em formas bizarras de aparência massajada.
Conhecer o Luís é uma viagem de descoberta, uma viagem ao nosso próprio reflexo despertado por sentidos que jamais dariam vida à nossa alma.

Carlos Gouveia


2005. Grés esmaltado, 68x30x24cm
em exposição na Galeria São Mamede, Lisboa